7 sinais de que seu filho pode estar enfrentando problemas na adolescência

A adolescência é uma fase repleta de transformações, descobertas e desafios, tanto para os jovens quanto para os pais. Entre altos e baixos, é normal que seu filho apresente momentos de irritação, isolamento ou mudanças de comportamento. Mas como diferenciar o que é característico dessa fase do que pode ser um sinal de alerta?

Muitas vezes, problemas sérios passam despercebidos, sendo identificados apenas quando a situação já está fora de controle. Para ajudar nessa identificação, reunimos sete sinais perigosos que indicam que seu filho pode estar enfrentando dificuldades e precisa de ajuda.

1. Isolamento social extremo

Se seu filho evita qualquer interação, passa horas trancado no quarto e perde o interesse por amigos e familiares, isso pode ser um sinal preocupante. Segundo a psicóloga Leninha Wagner, “a neurociência mostra que, durante a adolescência, o cérebro passa por um ‘remodelamento’, especialmente na região do córtex pré-frontal, responsável pelo controle emocional e pelas tomadas de decisão”. Um pouco de introspecção é normal, mas quando o isolamento se torna crônico e acompanhado de tristeza profunda, é essencial investigar.

2. Mudanças bruscas de humor

Explosões de raiva, crises de choro e irritabilidade podem indicar mais do que oscilações hormonais. “O cérebro adolescente ainda está em processo de maturidade, especialmente na regulação emocional”, pontua a especialista. Se esses picos de humor forem frequentes e intensos, podem ser sinais de depressão, transtorno bipolar ou ansiedade severa.

3. Uso compulsivo de tecnologia

Celular e redes sociais fazem parte da rotina dos jovens, mas o uso excessivo a ponto de prejudicar a rotina pode indicar um problema. “O adolescente pode estar buscando refúgio no mundo virtual como forma de escapar da realidade”, alerta Leninha. Se ele evita interações presenciais e tem dificuldades para se desconectar, é hora de ficar atento.

4. Desinteresse por atividades antes prazerosas

Se seu filho abandonou esportes, hobbies ou atividades que antes o faziam feliz, isso pode ser um sintoma de anedonia, comum em quadros depressivos. Essa condição compromete a capacidade de sentir prazer, podendo indicar sofrimento emocional.

5. Alteracões no apetite e no sono

Mudanças bruscas no apetite e sono desregulado podem ser indícios de que algo não vai bem. “O sono, regulado por neurotransmissores como serotonina e melatonina, costuma ser afetado por estados depressivos e ansiosos”, explica Leninha. Tanto o excesso quanto a falta de sono exigem atenção.

6. Declínio no desempenho escolar

Notas baixas, falta de motivação e faltas frequentes na escola podem refletir dificuldades emocionais. “Problemas como ansiedade, depressão e bullying impactam diretamente o desempenho acadêmico”, afirma a psicóloga.

7. Comportamentos autodestrutivos

Este é o sinal mais preocupante. Marcas no corpo, automutilação ou falas sobre desesperança e morte exigem intervenção imediata. “O cérebro adolescente ainda está aprendendo a lidar com frustrações e, sem suporte, pode recorrer a saídas perigosas”, alerta a especialista.

Como os pais podem ajudar?

Se esses comportamentos forem intensos e prolongados, os pais devem estar atentos. “A duração e o impacto dessas mudanças na rotina são determinantes para avaliar a gravidade da situação”, explica Leninha Wagner. Pensamentos negativos recorrentes e alterações drásticas na rotina exigem apoio e compreensão.

Criar um ambiente seguro para o diálogo é essencial. “O mais importante é demonstrar disponibilidade para ouvir, sem pressionar ou minimizar os sentimentos do adolescente”, reforça a especialista. Perguntas abertas e momentos de conexão fortalecem a confiança. Evitar críticas e comparações também é fundamental para não afastá-lo ainda mais.

Se as dificuldades persistirem, buscar ajuda profissional pode ser a melhor solução. Psicólogos clínicos auxiliam o jovem a expressar sentimentos e lidar com questões emocionais. Psiquiatras avaliam a necessidade de tratamento medicamentoso, enquanto terapeutas familiares ajudam a fortalecer a comunicação entre pais e filhos.

Quando procurar ajuda profissional?

Observar a intensidade e a duração dos sinais de sofrimento é essencial. “Se os sinais persistirem por mais de duas semanas, afetando a rotina e gerando sofrimento intenso, é necessário procurar ajuda”, alerta Leninha Wagner. Quanto mais cedo a intervenção acontecer, maiores as chances de evitar transtornos mais graves.

“Os adolescentes não pedem ajuda com palavras, mas sim com atitudes”, destaca a psicóloga. Por isso, os pais devem desenvolver uma escuta empática e criar um ambiente seguro para o diálogo. Com apoio, paciência e acompanhamento adequado, é possível atravessar essa fase desafiadora e fortalecer os laços familiares.

Edição Clique PI – Com informações MSN – Imagem: Netflix

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