Paulo Mathias Cupertino, acusado de assassinar o ator Rafael Miguel — conhecido por seu papel na novela Chiquititas — e os pais dele, escreveu de próprio punho uma carta solicitando o adiamento do júri popular, marcado para esta quinta-feira (29/5), em São Paulo.
Na mensagem, Cupertino alega que o defensor público designado para representá-lo na audiência já havia sido afastado do caso anteriormente e afirma estar “insatisfeito” e “abandonado”. Ele também discorda da estratégia de defesa, que se baseia na tese de legítima defesa — argumento que, segundo ele, “não é verdade”.
“Me vem novamente a surpresa, [a] duas semanas da data do novo júri, o ilustre defensor vem a esse CDP [Centro de Detenção Provisória 2, de Guarulhos], e com muita atenção, sou levado à sua presença, onde tinha que narrar e esclarecer, em uma hora, tudo o que podia sobre o que sou acusado. Impossível, excelência”, escreveu Cupertino.
🔁 Relembre o caso
O crime ocorreu em 9 de junho de 2019, no bairro da Pedreira, zona sul de São Paulo. Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Cupertino foi até a casa da família do ator e disparou 13 vezes, matando Rafael Miguel, de 22 anos, e os pais dele: João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Miguel, de 50.
O motivo, de acordo com a acusação, seria o descontentamento de Cupertino com o namoro do ator com sua filha, Isabela Tibcherani, na época com 18 anos. Os pais de Rafael estavam presentes na tentativa de conversar com o acusado sobre o relacionamento dos filhos.
Após o crime, Cupertino fugiu para o Mato Grosso do Sul e, em seguida, para o Paraguai, onde permaneceu foragido por quase três anos, até ser capturado.
Ele responde por triplo homicídio qualificado, com agravantes que podem levar a uma condenação de até 90 anos de prisão.