O corpo encontrado em avançado estado de decomposição no dia 4 de junho, no povoado Torrões, zona Sul de Teresina, foi identificado como sendo do adolescente Carlos Alexandre Pereira de Sousa, de 14 anos. A confirmação foi feita por laudos do Instituto de Medicina Legal (IML) e do Instituto de Biometria Forense, segundo revelou com exclusividade o diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, nesta quinta-feira (12).
Carlos Alexandre havia sido sequestrado no dia 26 de maio, na Vila da Guia, zona Sudeste da capital, por integrantes de uma facção criminosa. Segundo o delegado, a vítima foi executada com um disparo de arma de fogo na cabeça. O corpo já apresentava mutilações provocadas por animais, o que exigiu exames específicos para sua identificação.

“Os dois exames — o necroscópico, que analisa o cadáver, e o necropapiloscópico, das impressões digitais — confirmaram de forma inequívoca que o corpo é do adolescente. Agora temos um crime de homicídio, quando antes investigávamos apenas o sequestro”, explicou Barêtta.
Investigação em andamento e prisão
A Polícia Civil já identificou os envolvidos diretos e indiretos no crime, além do veículo utilizado no sequestro. Uma pessoa já foi presa, e as investigações seguem em ritmo avançado.
“Estamos próximos de esclarecer completamente o caso. Trabalhamos em silêncio, mas deixamos que o resultado fale por si”, afirmou o delegado.
Disputa entre facções
A motivação do crime, segundo o DHPP, seria a disputa territorial entre facções criminosas. Na região onde ocorreu o sequestro, há forte atuação de dois grupos rivais.
“Esse menino circulava inocentemente entre as áreas dominadas por facções, sem ter consciência do risco. Ele acabou sendo alvo de forma praticamente aleatória”, concluiu Barêtta.