Alzheimer: risco é maior quando a mãe teve a doença, revela novo estudo

Uma pesquisa recente conduzida pela equipe do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, trouxe novas descobertas sobre os fatores genéticos associados ao Alzheimer. O estudo indica que ter um histórico materno da doença representa um risco significativamente maior do que quando o pai foi diagnosticado.

Os cientistas analisaram imagens cerebrais de 4.400 adultos com cerca de 70 anos, todos sem sinais evidentes de comprometimento cognitivo. O objetivo foi identificar a presença de placas amiloides — acúmulos de proteína tóxica que são considerados um dos principais precursores do Alzheimer.

Placas amiloides e histórico familiar

Os resultados mostraram que participantes com altos níveis dessas placas no cérebro eram mais propensos a ter mães diagnosticadas com Alzheimer. A doença é caracterizada justamente pela presença dessas placas, que interrompem a comunicação entre as células cerebrais, afetando seu funcionamento. Essas alterações podem ocorrer silenciosamente durante anos antes dos primeiros sintomas aparecerem.

Curiosamente, a pesquisa também apontou níveis elevados de amiloide em pessoas cujos pais — não mães — tiveram um diagnóstico precoce da doença, antes dos 65 anos. Isso sugere que a herança paterna também tem influência, principalmente em casos de Alzheimer de início precoce, que costumam ter forte componente genético.

Por que o risco materno é maior?

Os pesquisadores levantaram hipóteses para explicar a maior influência do histórico materno. Uma delas envolve as mitocôndrias — estruturas celulares responsáveis por gerar energia — que são herdadas exclusivamente da mãe. Como elas contêm seu próprio DNA, mutações nessas mitocôndrias podem afetar o funcionamento cerebral e aumentar a vulnerabilidade ao Alzheimer.

Outra possível explicação está ligada ao cromossomo X, transmitido pela mãe a todos os filhos. Alterações nesse cromossomo podem carregar mutações associadas ao desenvolvimento da doença.

Alzheimer: um panorama geral

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Alzheimer é a forma mais comum de demência, representando entre 60% e 70% dos casos. Trata-se de uma condição neurológica progressiva, que começa com lapsos leves de memória e pode evoluir para a perda completa da capacidade de comunicação e resposta ao ambiente.

Embora o avanço da idade seja o principal fator de risco — especialmente após os 65 anos — o Alzheimer também pode surgir em pessoas mais jovens, geralmente entre 40 e 50 anos, em casos mais raros e frequentemente ligados à genética.

Outros fatores de risco e prevenção

Além da herança genética, o estilo de vida e a saúde geral desempenham um papel importante no risco de desenvolver Alzheimer. Estudos indicam que doenças cardiovasculares, como hipertensão e diabetes, aumentam as chances de declínio cognitivo. Da mesma forma, hábitos como o tabagismo, sedentarismo e alimentação inadequada estão entre os fatores de risco modificáveis.

O histórico de traumatismo cranioencefálico também está associado à maior propensão ao Alzheimer. Por isso, medidas preventivas simples — como usar capacete em atividades esportivas ou cinto de segurança no trânsito — são importantes.

Cuidar do coração é cuidar do cérebro. Isso porque o órgão é irrigado por uma complexa rede de vasos sanguíneos, e o bom funcionamento cerebral depende da eficiência desse sistema.

Principais sintomas

Entre os primeiros sinais do Alzheimer estão:

  • perda de memória recente;
  • dificuldade de concentração;
  • confusão com relação ao tempo e espaço;
  • mudanças de humor;
  • dificuldade para realizar tarefas rotineiras.

Com a progressão da doença, surgem dificuldades de fala, deglutição e locomoção, exigindo cuidados constantes e multidisciplinares.

Conclusão

Embora a genética exerça um papel importante no desenvolvimento do Alzheimer — especialmente por parte materna, segundo o novo estudo — há muitos fatores que podem ser monitorados e modificados para reduzir o risco da doença. A combinação entre prevenção, diagnóstico precoce e estilo de vida saudável segue como a principal estratégia para proteger a saúde cerebral ao longo da vida.

Edição: Clique PI – Imagem: Freepik

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