Conflito Irã-Israel se intensifica após ataques aéreos e reação com mísseis

Brasil condena ataque israelense. Embaixada de Israel fecha escritório em Brasília

Tel-Aviv e Teerã – O conflito entre Israel e Irã escalou drasticamente nesta sexta-feira (13), com o lançamento de mísseis iranianos contra alvos em território israelense, em retaliação a uma ofensiva de larga escala conduzida por Israel na véspera. A troca de ataques elevou os temores de uma guerra aberta no Oriente Médio, abalando mercados internacionais e deixando feridos em centros urbanos israelenses.

Segundo socorristas do serviço de emergência Magen David Adom, ao menos sete pessoas ficaram levemente feridas no centro de Tel-Aviv após o início dos bombardeios. Imagens exibidas pela emissora israelense Canal 12 mostraram danos em edifícios, supostamente atingidos por mísseis.

O Exército israelense confirmou que dezenas de projéteis foram lançados a partir do Irã e alertou a população para buscar abrigos imediatamente. Explosões foram ouvidas em Jerusalém por repórteres da AFP, e as Forças de Defesa de Israel (IDF) informaram que os sistemas de defesa aérea estavam ativados para interceptar as ameaças.

A ofensiva iraniana foi anunciada pela Guarda Revolucionária Islâmica como uma resposta direta ao ataque israelense realizado na madrugada de sexta (horário local), descrito pelo Irã como uma “declaração de guerra”. Em comunicado divulgado pela mídia estatal, a Guarda informou ter atingido “dezenas de alvos, centros militares e bases aéreas do regime sionista usurpador nos territórios ocupados”.

A agência iraniana IRNA chegou a informar que pelo menos dois caças israelenses teriam sido abatidos no espaço aéreo do Irã, embora sem apresentar mais detalhes até o momento.

A operação “Rising Lion”

O confronto foi desencadeado após Israel realizar uma operação militar massiva batizada de “Rising Lion”, que envolveu cerca de 200 aviões e atingiu mais de 100 alvos estratégicos em território iraniano. Entre os objetivos estariam instalações nucleares, como a usina de Natanz, além de centros militares e pontos considerados vitais para o programa nuclear do país. A ação resultou na morte de líderes militares, políticos e cientistas iranianos, segundo fontes próximas ao governo de Benjamin Netanyahu.

Explosões foram registradas em Teerã, e a televisão estatal iraniana HispanTV afirmou que as defesas aéreas estavam operando em sua “capacidade máxima”.

Em resposta, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã declarou que a República Islâmica não terá “limites” na reação e acusou Israel de “cruzar todas as linhas vermelhas”. O governo iraniano também voltou a usar o termo “regime terrorista” ao se referir a Israel e prometeu novas ações.

Reação internacional e impactos econômicos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou os ataques e voltou a pressionar o Irã a aceitar um novo acordo sobre seu programa nuclear. “Caso contrário, haverá mais morte e destruição”, alertou o ex-presidente americano, sinalizando apoio a Israel.

No cenário econômico, os efeitos da escalada militar foram imediatos. Os preços do petróleo dispararam, impulsionados pelo temor de interrupções no fornecimento global – uma vez que o Irã é um dos dez maiores produtores mundiais da commodity. O ouro, tradicional porto seguro em tempos de incerteza, também teve forte alta. Já as Bolsas de valores europeias abriram em queda, refletindo o aumento do risco geopolítico.

Tensão máxima no Oriente Médio

A intensificação do confronto marca uma nova fase na já instável relação entre Teerã e Tel-Aviv. O ataque israelense a instalações nucleares iranianas representa um novo patamar de ousadia militar, enquanto a retaliação de Teerã mostra capacidade de resposta imediata e alcance regional.

Analistas alertam que a escalada pode se transformar em um conflito prolongado e imprevisível, envolvendo outras potências regionais e internacionais. Em Israel, o alerta máximo permanece, com o governo monitorando novos lançamentos de mísseis e reforçando a mobilização de tropas.

Enquanto isso, civis tanto em Israel quanto no Irã vivem momentos de medo e incerteza, com a expectativa de novos capítulos em um dos conflitos mais delicados da geopolítica global contemporânea.

Brasil condena ataque

A Embaixada de Israel em Brasília e o Consulado-Geral israelense em São Paulo estão fechados para o público nesta sexta-feira (13) e não têm data de reabertura. Apesar disso, não há informações oficiais sobre  a suspensão dos serviços.

O fechamento das representações ocorre após Israel atacar o Irã na madrugada desta sexta-feira, com a alegação de que o país persa estaria construindo bombas atômicas com potencial de serem usadas contra os israelenses. 

O Irã nega o desenvolvimento de armas nucleares e sustenta que usa tecnologia atômica apenas para fins pacíficos, como a produção de energia.

O chefe supremo da República do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, prometeu responder aos ataques de Israel que vitimaram altos comandantes militares e cientistas do país, e também danificarem instalações nucleares e fábricas de mísseis.

Em outros países, como na Alemanha, embaixadas israelenses também foram fechadas.

Em nota à imprensa, o governo brasileiro condenou a ofensiva aérea israelense contra o Irã no que chamou de “clara violação à soberania desse país e ao direito internacional”. O Ministério das Relações Exteriores disse ainda que acompanha a situação com forte preocupação.

Já a Embaixada do Brasil em Tel Aviv emitiu um alerta consular com orientações à comunidade brasileira em Israel, baseada nas diretrizes do Comando de Segurança Interna (Home Front Command). São elas:

  • evitar viagens não essenciais a Israel;
  • os brasileiros visitantes devem considerar a possibilidade de se ausentar de Israel até o retorno à normalidade;
  • os brasileiros que decidirem permanecer em Israel devem evitar se deslocar às áreas de fronteira;
  • seguir as indicações de segurança das autoridades locais;
  • reforçar medidas de segurança, especialmente no norte e sul de Israel;
  • evitar aglomerações;
  • verificar se o passaporte brasileiro ou israelense possui ao menos 6 meses de validade;
  • acompanhar as redes sociais e os canais de contato dos postos diplomáticos do Brasil em Israel;
  • baixar o aplicativo do Home Front Command em dispositivos móveis (smartphones e tablets) e ficar atento aos alertas emitidos.

O aplicativo desenvolvido e mantido pelas Forças de Defesa de Israel fornece, em tempo real, alertas, instruções e informações com o objetivo de salvar vidas. Os avisos podem ser personalizados, de acordo com a localização e áreas de interesse do usuário, como a própria casa e de parentes, escola dos filhos e local de trabalho.

As notificações do Home Front Command estão disponíveis em hebraico, árabe, russo e inglês.

Edição – Clique PI /Imagem: X – Com informações da Agência Brasil

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