O ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto foi preso pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (13), em Recife (PE), no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado e o envolvimento de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), há indícios de que Machado teria procurado o Consulado de Portugal no Recife, em 12 de maio de 2025, para tentar obter um passaporte português para o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid — réu em ações penais ligadas ao esquema golpista. A suspeita é de que o documento serviria para facilitar uma possível fuga de Cid do Brasil.

Embora a solicitação tenha sido frustrada, a PGR apontou risco de que Machado pudesse recorrer a outros consulados com o mesmo objetivo. A investigação também apura uma campanha de arrecadação financeira realizada por Machado nas redes sociais, em apoio a Bolsonaro, semelhante à “vaquinha” promovida por aliados em 2023, o que chamou a atenção dos órgãos de controle.
Diante dos indícios, a PGR, comandada pelo procurador-geral Paulo Gonet, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito, incluindo pedidos de prisão preventiva e mandados de busca e apreensão, todos autorizados e cumpridos pela PF.
Em nota, Gilson Machado negou qualquer tentativa de interferência nas investigações. Afirmou que a ida ao consulado português foi para tratar da documentação de seu pai e que desconhecia qualquer pedido relacionado a Mauro Cid.
Foto: Isac Nóbrega /PR