A Polícia Civil do Piauí deflagrou, na manhã desta quinta-feira (05/06), a Operação Cupiditas, com foco na prisão de envolvidos no assassinato da advogada Valdenice Gomes Celestino Soares, ocorrido em março deste ano, na zona rural de Paulistana. As investigações apontam que o crime teria sido motivado por disputas sobre a herança familiar.

Coordenada pela Superintendência de Operações Integradas (SOI) e pela Delegacia Seccional de Paulistana, a ação resultou no cumprimento de sete mandados de busca e apreensão — quatro em Paulistana (PI) e três em Goiânia (GO) — além de duas ordens de prisão temporária contra G.S.C., filho do suspeito foragido, e N.G.C., irmão de A.G.S., apontado como executor do crime.
Segundo a delegada Thainah Souza Teixeira, responsável pelo caso, A.G.S. permanece foragido, mas já teve sua prisão preventiva decretada devido à gravidade do crime e ao risco representado para testemunhas.
As investigações revelam que G.S.C. teria auxiliado diretamente na fuga do pai logo após o homicídio, sendo flagrado em regiões próximas ao local do crime e em outro município no mesmo dia. Já N.G.C. é considerado o articulador do assassinato, com indícios de que teria enviado a arma usada no crime de Goiânia para o Piauí.
A operação, que contou com o apoio da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP) e do Departamento de Polícia do Interior (DPI), resultou na prisão dos dois investigados: um no Piauí e outro em Goiás.

Crime premeditado e motivado por disputa de bens
O inquérito aponta que Valdenice foi vítima de uma emboscada enquanto voltava de sua propriedade com a irmã e o neto. Ela foi atingida por diversos disparos, principalmente na região do pescoço. A advogada vinha sendo ameaçada pelos irmãos, que se opunham à sua atuação como inventariante do espólio da família.

Relatos de familiares e mensagens obtidas pela polícia reforçam a tese de premeditação. Em uma das mensagens atribuídas a N.G.C., ele afirma: “isso não se resolve na Justiça, mas na bala”. Também há histórico de ameaças e até tentativa de homicídio contra o companheiro de Valdenice, em 2021.
Suspeita de destruição de provas
Além da fuga, há suspeitas de que G.S.C. e N.G.C. tenham atuado para ocultar provas do crime. O desaparecimento do celular da vítima está sob investigação, e a polícia trabalha com a possibilidade de que ele tenha sido destruído intencionalmente pelos envolvidos.

As diligências seguem para localizar o principal suspeito, Adelaido Gomes Soares, e reunir provas que confirmem o envolvimento dos familiares na execução e no planejamento do assassinato.