A greve dos motoristas e cobradores do transporte público de Teresina chegou ao fim nesta quarta-feira (14), após três dias de paralisação. A decisão foi tomada em assembleia realizada na sede do Sintetro (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários), após mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 22ª Região. Com a aprovação da proposta negociada, a categoria confirmou o retorno das atividades a partir desta quinta-feira (15).
Durante a audiência, realizada no gabinete da desembargadora Liana Ferraz, representantes do Sintetro e do Setut (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina) firmaram um acordo com intermediação do Ministério Público do Trabalho. A proposta aceita prevê reajuste salarial de 6%, R$ 650 de vale-alimentação e R$ 125 de auxílio-saúde. Também foi acordado que os dias parados serão compensados com trabalho em feriados.
O fim da greve foi formalizado no TRT por volta das 18h. Segundo o presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, a assembleia foi realizada após orientação da Justiça do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho. “O trabalhador aceitou a proposta para evitar que o impasse fosse levado a julgamento do dissídio coletivo”, afirmou.
O presidente do Setut, Edmilson Alves, destacou o encerramento da greve como um avanço. “Todo acordo é positivo. O que não contribui é a paralisação prolongada e o confronto. A partir de amanhã, a frota volta às ruas e a população poderá contar com o transporte regular novamente.”
A desembargadora Liana Ferraz avaliou o desfecho como satisfatório, ressaltando o impacto das paralisações no dia a dia dos usuários do transporte coletivo. “O objetivo maior é preservar o direito da população ao transporte público. O diálogo e a mediação possibilitaram um resultado equilibrado para ambas as partes”, pontuou.
Segundo o superintendente da Strans (Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito), Carlos Daniel, a expectativa é de que 281 ônibus retornem à operação nesta quinta-feira, conforme a ordem de serviço em vigor.
O movimento grevista foi motivado por reivindicações salariais e benefícios trabalhistas. Inicialmente, o Setut havia proposto um reajuste de 5,35%, correspondente ao IPCA acumulado, sem ganho real. A negociação só avançou após a mediação judicial.
O fim da paralisação representa o desfecho de mais um episódio recorrente no setor de transporte público da capital, marcado por impasses entre trabalhadores e empresas. A retomada integral da frota promete normalizar o serviço, ao menos temporariamente, para a população que depende diariamente do sistema.
Redação Clique PI – Imagem: Reprodução Instagram
