Deputados governistas iniciaram uma ofensiva para barrar a candidatura do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) à presidência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (Creden) da Câmara. O parlamentar, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, é considerado favorito para o cargo, mas enfrenta resistência de adversários políticos.
Nesta quinta-feira (29), o PT protocolou uma representação na Comissão de Ética da Câmara pedindo a cassação do mandato de Eduardo por quebra de decoro parlamentar. A sigla argumenta que o deputado estaria atuando junto a autoridades dos Estados Unidos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo brasileiro.
Desde janeiro, Eduardo Bolsonaro tem feito viagens aos EUA para se reunir com representantes do governo Trump e outras autoridades, buscando apoio contra decisões do ministro Alexandre de Moraes. O parlamentar alega que o ministro tem promovido uma perseguição política, cerceando a liberdade de expressão e prejudicando empresas norte-americanas que operam no Brasil, como a rede social Rumble, que teve seu acesso bloqueado por decisão judicial.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), criticou a candidatura de Eduardo para a presidência da Creden. “Não aceitamos que a Câmara coloque Eduardo Bolsonaro nesse cargo. Ele usaria a instituição para articular contra o Brasil. É isso que eles estão fazendo”, declarou.
Além da representação na Comissão de Ética, o PT enviou um pedido à Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar Eduardo Bolsonaro por “crime de lesa-pátria” e solicitou a apreensão de seu passaporte. Os deputados Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Rogério Correia (PT-MG) também entraram com pedidos semelhantes no Ministério Público Federal.
Na quarta-feira (28), Boulos criticou a atuação do parlamentar no exterior. “Quem vai atacar os interesses do Brasil lá fora não é patriota”, afirmou. Lindbergh Farias reforçou as críticas, alegando que Eduardo estaria “praticamente morando” nos EUA.
Em resposta, Eduardo Bolsonaro se manifestou nas redes sociais, afirmando que sua prioridade é lutar pela “liberdade de presos injustamente”. Ele ainda ironizou os adversários: “Você prefere ter prestígio do Trump ou do Boulos? Não entro no Congresso para fazer amizades, quanto mais com invasor de propriedade e amigo do Hamas”.
Até o momento, Eduardo Bolsonaro não se pronunciou sobre a representação no Conselho de Ética. Nos bastidores, o PL segue defendendo sua candidatura à presidência da Creden, enquanto a oposição busca alternativas para impedir sua eleição.
IA – Imagem: Zeca Ribeiro