O que está acontecendo na Faixa de Gaza não é mais apenas um conflito. É extermínio. É genocídio. É uma barbárie cometida à luz do dia, registrada em vídeos, fotografias, relatórios médicos e testemunhos desesperados de civis palestinos que, em busca de farinha e água, são brutalmente assassinados por tanques e drones israelenses.
No dia 16 de junho, tanques de guerra de Israel dispararam contra uma multidão faminta que esperava ajuda humanitária em Khan Younis. O saldo? Pelo menos 51 mortos. Mais de 200 feridos. Corpos despedaçados transportados em carroças, riquixás, qualquer coisa que pudesse correr mais rápido que a morte. Não se tratava de soldados, nem de bases militares. Eram pessoas em fila para receber comida. Isso é guerra? Isso é defesa? Não. Isso é massacre. É assassinato em massa.
Israel não apenas matou, mas depois divulgou uma nota fria, burocrática, alegando que “lamenta” os danos. Lamenta? Como se lamenta por transformar um comboio de socorro em alvo? Como se lamenta por transformar mães e crianças em estatísticas?
E o mundo? Silencia. Os governos do Ocidente — aqueles que se arvoram defensores dos direitos humanos e da democracia — seguem de braços cruzados. E pior: muitos aplaudem. Donald Trump, por exemplo, tem apoiado abertamente a campanha de terror promovida por Israel, normalizando a violência contra civis. O silêncio cúmplice da mídia internacional, por sua vez, naturaliza o horror. Reportam com neutralidade covarde, como se fosse possível tratar o massacre de civis famintos como “confronto”.
Israel não quer paz — quer submissão, destruição e domínio
O governo israelense, sob a liderança de Benjamin Netanyahu, deixou de disfarçar suas intenções. Não se trata mais de retaliação contra o Hamas. A campanha sistemática e brutal contra Gaza, a Palestina e, agora, o Irã, revela um objetivo mais amplo: apagar da história as nações do Oriente Médio que ousam se insurgir contra o domínio israelense e estadunidense na região.
O discurso de “autodefesa” virou escudo para ataques premeditados a hospitais, escolas, abrigos e, agora, filas de ajuda humanitária. Enquanto isso, forças internacionais, inclusive a ONU, falham em intervir com firmeza. A tal “comunidade internacional” já perdeu qualquer credibilidade. Se não se levanta contra isso, levanta-se contra o quê?
Consequências além das fronteiras — o Oriente Médio em chamas e o mundo à beira do abismo
O que está acontecendo não se limita a Gaza. O ciclo de violência e radicalização alimentado por esses ataques aumenta o risco de uma escalada regional. Irã, Líbano, Síria, Iêmen: a instabilidade se espalha como pólvora. O ressentimento se aprofunda, o extremismo cresce, e a paz se torna uma miragem cada vez mais distante.
O colapso humanitário em Gaza não é apenas uma tragédia local — é um símbolo do fracasso moral da humanidade. Alimenta o antiamericanismo, a desconfiança nas instituições internacionais e mostra que há povos que podem ser exterminados sem que o mundo mova uma vírgula.
Chega de neutralidade: é preciso se posicionar
Chegou a hora de parar de relativizar. Quem não se posiciona diante de um genocídio, contribui para que ele continue. Quem apenas “reporta” o horror, sem condená-lo, é cúmplice. A imprensa, os governos e cada um de nós têm o dever moral de se levantar contra essa infâmia.
Não se trata de ser contra Israel ou a favor do Hamas. Trata-se de ser contra a matança de inocentes. Trata-se de se opor à política de aniquilação de um povo. Trata-se de defender o mínimo de humanidade.
Porque, se o mundo seguir calado, amanhã a tragédia não será em Gaza. Será em Teerã, em Damasco, em Beirute — ou quem sabe em outro lugar qualquer, onde os civis se tornem alvos porque alguém decidiu que “eles merecem morrer”. E então será tarde demais para dizer que não sabíamos.
Da Redação