Piauí tem a menor taxa de casamentos do Brasil, aponta IBGE

O Piauí registrou, em 2023, a menor taxa de nupcialidade do Brasil, com apenas 3,7 casamentos civis para cada mil habitantes com 15 anos ou mais. Os dados fazem parte das Estatísticas do Registro Civil, divulgadas nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento considera apenas os casamentos oficiais registrados em cartório, incluindo uniões entre pessoas do mesmo sexo, mas não contempla as uniões consensuais ou estáveis, que têm crescido no país nos últimos anos.

Apesar do índice baixo, houve um leve aumento de quase 9% em relação ao ano anterior, quando a taxa no estado era de 3,4 por mil habitantes. Ainda assim, o Piauí vem apresentando uma tendência de longo prazo de queda no número de casamentos legais, acumulando uma redução de cerca de 34% ao longo da última década.

Em nível nacional, o Brasil registrou aproximadamente 940,8 mil casamentos civis em 2023, uma queda de 3% em relação ao total de 2022. A taxa média de nupcialidade no país foi de 5,6 casamentos por mil habitantes, mas os números variam significativamente entre as unidades da federação. Os maiores índices foram observados em Rondônia (9,1), Acre (8,5) e Distrito Federal (7,9).

A queda no número de casamentos civis é um fenômeno que acompanha mudanças nos hábitos sociais, culturais e econômicos da população brasileira. O adiamento do casamento, a valorização da independência individual, o aumento da escolarização das mulheres, a instabilidade econômica e a maior aceitação das uniões estáveis são alguns dos fatores que influenciam essa tendência.

Divórcios também em queda no Piauí

O levantamento do IBGE também traz dados sobre os divórcios. Em 2023, o Piauí registrou a terceira menor taxa do país, com 1,3 divórcios por mil habitantes. Apenas o Pará (0,8) e Roraima (0,3) apresentaram índices mais baixos. No total, foram mais de 440 mil divórcios realizados em todo o país, considerando tanto os concedidos em primeira instância pela Justiça quanto aqueles formalizados em cartório, por meio de escritura pública.

Os dados revelam que, mesmo com o crescimento da formalização das separações nos últimos anos – impulsionado em parte pela facilitação do divórcio extrajudicial desde 2007 – a taxa de divórcios também tem oscilado em algumas regiões, refletindo dinâmicas sociais e culturais locais.

Casamento e divórcio no século 21

Nas últimas décadas, o Brasil passou por transformações profundas nos padrões de relacionamento. A legislação se modernizou para acompanhar essas mudanças, como a possibilidade de divórcio direto (sem necessidade de separação judicial prévia) e o reconhecimento de casais homoafetivos. Ao mesmo tempo, pesquisas apontam que os brasileiros estão se casando mais tarde e, muitas vezes, preferindo formas alternativas de união.

A informalidade das relações, o maior acesso à educação, o empoderamento feminino e a maior mobilidade social são elementos que ajudam a explicar tanto a queda no número de casamentos formais quanto o crescimento das dissoluções de vínculos conjugais, quando estas ocorrem.

Por Damata Lucas – Imagem: Freepik

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