A Polícia Civil do Estado de Mato Grosso, com o apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), vinculado à Diretoria de Operações e Inteligência (Diopi) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), realizou nesta terça-feira (27) a Operação Mão de Ferro 2, que desarticulou uma rede criminosa que atuava em plataformas digitais. A rede promovia crimes cibernéticos de extrema gravidade, especialmente direcionados a crianças e adolescentes.
A ação ocorreu de forma simultânea e contou com a participação das Polícias Civis do Amazonas, da Bahia, do Espírito Santo, de Minas Gerais, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Pará, do Piauí, do Rio Grande do Sul, de Sergipe e de São Paulo.
No Piauí, um adolescente de 17 anos foi um dos alvos da uma operação como suspeito de ser membro de grupos que disseminam mensagens de conteúdo neonazistas, pedofilia e mutilação de adolescentes.
As investigações identificaram uma rede que, de forma articulada, praticava crimes como indução, instigação ou auxílio à automutilação e ao suicídio, perseguição (stalking), ameaças, produção, armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil, apologia ao nazismo e invasão de sistemas informatizados, incluindo acesso não autorizado a bancos de dados públicos.
Foram cumpridos 22 mandados judiciais, incluindo busca e apreensão, prisão temporária e internação socioeducativa nos municípios de Manaus e de Uruçará (AM); de Mairi (BA); de Fortaleza e de Itaitinga (CE); de Serra (ES); de Sete Lagoas e de Caeté (MG); de Sinop e de Rondonópolis (MT); de Aquidauana (MS); de Marabá, de Barcarena, de Canaã dos Carajás e de Ananindeua (PA); de Oeiras (PI); de Lajeado (RS); de São Domingos (SE); e de São Paulo, de Guarulhos, de Porto Feliz, de Itu, de Santa Isabel e de Altair (SP).
As práticas criminosas ocorriam, principalmente, em plataformas como WhatsApp, Telegram e Discord, nas quais os investigados disseminavam conteúdos de violência extrema e estimulavam comportamentos autodestrutivos, como coação psicológica, ameaças e exposição pública de vítimas, causando danos emocionais e psicológicos.
“O MJSP promoveu a integração operacional entre as Polícias Civis dos estados, possibilitando uma ação coordenada, simultânea e robusta. A troca de informações e o alinhamento foram fundamentais para que a operação atingisse abrangência nacional, visando proteger nossas crianças e adolescentes e responsabilizar aqueles que se escondem no ambiente digital para praticar crimes tão graves”, destacou o diretor da Diopi, Rodney Silva.
Segundo o delegado adjunto da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos, Gustavo Godoy Alevado, a ação é resultado de um trabalho investigativo minucioso conduzido pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos da Polícia Civil de Mato Grosso, em parceria com o Ciberlab. “A deflagração da operação é uma resposta firme e coordenada do Estado à violência digital contra crianças e adolescentes”, afirmou.
Mão de Ferro 2
O nome da Operação representa a resposta rigorosa no enfrentamento de crimes de alta gravidade praticados no ambiente digital, especialmente aqueles que atingem crianças e adolescentes. A escolha simboliza o papel da lei e do sistema de segurança pública no combate à exploração digital, violência psicológica e à disseminação de conteúdos de ódio e autodestruição.
Com informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública – Imagem: Divulgação