Com a chegada da Semana Santa, o consumo de alimentos típicos como peixe, ovos de chocolate, azeite, bacalhau e outros produtos tradicionais ganha força — e, com ele, vêm os reajustes nos preços. A alta demanda somada a questões sazonais e logísticas faz com que o bolso do consumidor sinta o impacto. Mas há formas de driblar esses aumentos sem deixar de celebrar a data.
Produtos mais caros nesta época
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), os preços de alguns itens chegaram a subir até 25% nas semanas que antecedem a Páscoa. Entre os campeões de aumento estão:
- Bacalhau: teve aumento médio de 20% em relação ao mesmo período do ano passado.
- Peixes frescos (como tilápia, merluza e corvina): variação de 10% a 18%.
- Azeite de oliva: com a valorização do dólar e problemas de safra em países produtores, o preço subiu em média 12%.
- Ovos de chocolate: além da inflação, o custo da embalagem e a marca pesam; a variação chega a 30% em marcas premium.
Por que os preços sobem?
Além do aumento natural da procura, fatores como custos de importação, transporte, problemas climáticos (no caso dos pescados e do azeite) e estratégia de mercado contribuem para a elevação dos preços. O bacalhau, por exemplo, é quase todo importado da Noruega e da Islândia, e sofre diretamente com o câmbio e a logística internacional.
Como economizar? Dicas práticas para o consumidor
- Troque o bacalhau por peixes nacionais
Em vez de investir no tradicional (e caro) bacalhau, o consumidor pode optar por alternativas mais acessíveis como a tilápia, a sardinha, a cavalinha ou a merluza. Além de mais baratas, são pescadas localmente, o que reduz o impacto do transporte no preço final. - Compre com antecedência e pesquise preços
Quanto mais próximo da data, maior a chance de aumento. Comprar alguns itens não perecíveis (como azeite, chocolate ou enlatados) com antecedência pode gerar economia. Além disso, vale pesquisar em supermercados diferentes e em plataformas online. - Aposte nos ovos artesanais ou chocolates em barra
Os tradicionais ovos de chocolate industrializados costumam ter um custo por quilo até 3 vezes maior que uma barra de chocolate de qualidade semelhante. Chocolates artesanais também podem ser uma opção mais barata e personalizada. - Feiras livres e peixarias de bairro
Comprar em feiras ou diretamente com pequenos produtores pode garantir frescor e economia. Em alguns casos, o consumidor consegue negociar e ainda apoiar o comércio local. - Planeje o cardápio com criatividade
Receitas como moquecas, escondidinhos de peixe, risotos e massas com frutos do mar podem substituir pratos mais caros e ainda assim manter o espírito da data.
Exemplo de economia na prática
A dona de casa Maria do Carmo, de Recife (PE), relata que, em vez do tradicional bacalhau, preparou uma moqueca de pescada branca, que custou R$ 35/kg, contra os R$ 90/kg do bacalhau. “Ficou delicioso e todos comeram muito bem”, conta.
Já em São Paulo, o técnico em informática Rafael Costa optou por montar cestas de chocolate com barras e bombons em vez dos tradicionais ovos. “Economizei mais de 50% e consegui personalizar para cada pessoa da família.”
Com planejamento e criatividade, é possível celebrar a Semana Santa mantendo as tradições e respeitando o orçamento familiar. Em tempos de economia apertada, adaptar o cardápio e buscar alternativas pode ser a chave para manter a mesa farta — e o bolso equilibrado.
Por Damata Lucas – Imagem: Fábrio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil