Pessoas diagnosticadas com Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) e Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) podem apresentar comportamentos semelhantes, como irritabilidade, discussões frequentes, medo de abandono e insatisfação pessoal. No entanto, cada transtorno possui características próprias que precisam ser bem compreendidas — especialmente por educadores e familiares.
A importância do diagnóstico correto
Saber identificar corretamente os sinais de cada transtorno é essencial para garantir uma convivência mais harmoniosa em casa e na escola. Para os profissionais da educação, esse conhecimento também é fundamental para implementar estratégias que favoreçam o aprendizado.
Segundo Mara Duarte, neuropedagoga e diretora do Grupo Rhema Neuroeducação, é comum haver confusão entre os sintomas de TOD e Borderline. “Como agentes de transformação, é importante que os educadores saibam identificar as diferenças entre os dois transtornos. Assim, poderão aplicar métodos mais eficazes para estimular o aprendizado de forma adequada”, destaca.
O que é o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD)?
O TOD geralmente se manifesta na infância e adolescência. Crianças com esse transtorno tendem a desafiar figuras de autoridade, como pais e professores, de forma constante.
Principais características do TOD:
- Irritabilidade e explosões de raiva
- Contestação e argumentação frequente
- Desobediência a regras e instruções
- Comportamento provocador ou vingativo
Segundo Mara, é essencial que o educador saiba como se comunicar com crianças desafiadoras. “As ordens devem ser claras e objetivas, mas sem agressividade. O ideal é adotar uma postura firme e de liderança, buscando o convencimento em vez da imposição”, orienta.
Em caso de suspeita de TOD, o ideal é buscar avaliação com um neurologista infantil ou psiquiatra, para um diagnóstico preciso.
Entendendo o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)
Já o Borderline é um transtorno emocional caracterizado por instabilidade nos relacionamentos, impulsividade e alterações de humor intensas. Embora mais comum em adolescentes e adultos jovens, os sinais podem aparecer ainda na infância.
Principais sinais do Borderline:
- Mudanças de humor repentinas
- Medo intenso de abandono
- Comportamentos impulsivos e, às vezes, autodestrutivos
- Sentimentos de vazio e instabilidade na autoimagem
- Dificuldade em confiar nos outros
Mara explica que o Borderline pode afetar diretamente o rendimento escolar, as relações sociais e o bem-estar emocional. “Essas pessoas muitas vezes enfrentam ansiedade, depressão e instabilidade emocional, exigindo acompanhamento profissional contínuo”, afirma.
Para lidar com um aluno com Borderline, a comunicação deve ser empática e cuidadosa. “Evite acusações e abordagens que possam causar crises emocionais. Seja firme, mas acolhedor”, orienta.
Ações práticas para educadores
- Conhecimento é a chave: Estude os transtornos e suas manifestações.
- Empatia sempre: Seja compreensivo e respeite os limites emocionais de cada aluno.
- Adapte sua linguagem: Use instruções claras, sem tom autoritário ou julgamento.
- Busque apoio: Trabalhe em conjunto com psicólogos, terapeutas e a família.
- Evite confrontos: Principalmente em momentos de crise emocional.
Particularidades
Compreender as particularidades do TOD e do Transtorno Borderline é um passo essencial para promover inclusão, aprendizagem e saúde emocional. Mais do que rotular, o papel do educador é ajudar cada aluno a desenvolver seu potencial, respeitando suas individualidades.
Em caso de dúvidas ou necessidade de orientação, procure um especialista em saúde mental infantil ou adolescente.
Edição Clique PI – Imagem: Freepik