Por Redação Clique PI

O Oriente Médio voltou ao centro das atenções mundiais após a mais grave escalada de conflitos entre Israel e Irã nas últimas décadas. Bombardeios, mísseis, drones e acusações de genocídio reacendem os temores de uma guerra em larga escala, envolvendo também a Palestina e outras nações da região. Por trás das explosões, há interesses estratégicos, disputas religiosas, disputas por poder e o envolvimento direto de potências como Estados Unidos e Rússia.

Mas afinal, por que esse novo surto de violência? O que está em jogo? E quais as consequências para o mundo?

💣 A escalada: o que desencadeou o confronto direto entre Irã e Israel?

A atual onda de violência teve início após ataques israelenses em território iraniano, atingindo instalações nucleares, bases militares e altos comandos da Guarda Revolucionária. O governo israelense justificou a operação como uma ação preventiva contra o avanço nuclear do Irã.

Em resposta, o Irã lançou dezenas de mísseis balísticos e drones contra o território israelense, atingindo áreas urbanas e instalações militares. Foi a primeira vez que os dois países se atacaram diretamente de forma tão intensa. O confronto também acirra a disputa por influência na região, onde o Irã apoia grupos como o Hezbollah (Líbano), os Houthis (Iêmen) e a Jihad Islâmica Palestina.

E a guerra em Gaza? Israel está cometendo genocídio?

Enquanto bombardeia o Irã, Israel mantém sua ofensiva militar na Faixa de Gaza, iniciada após os ataques do Hamas em outubro de 2023. Desde então, milhares de palestinos já morreram — grande parte civis, incluindo mulheres e crianças.

Diversos relatórios da ONU, de ONGs internacionais e juristas independentes classificam a destruição sistemática em Gaza como possível crime de guerra ou até genocídio, com base em elementos como:

• Bombardeios a hospitais, escolas e campos de refugiados;
• Restrição total de água, alimentos e energia;
• Uso de linguagem desumanizante por líderes israelenses.

Israel nega as acusações e afirma estar agindo em legítima defesa contra o terrorismo. No entanto, cresce o clamor internacional por cessar-fogo e por responsabilização.

🌍 Por que esses conflitos impactam o mundo inteiro?

O Oriente Médio é uma região geoestratégica fundamental. A escalada dos conflitos pode gerar efeitos globais em várias frentes:

• Econômica: aumento nos preços do petróleo e impacto nos mercados;
• Humanitária: crise de refugiados, fome e destruição em massa;
• Militar: risco de envolvimento direto de outras potências e de guerra regional;
• Diplomática: enfraquecimento da ONU, polarização nas relações internacionais.

Qual o papel dos Estados Unidos e da Rússia?

As duas maiores potências armadas do mundo estão envolvidas — cada uma a seu modo.

Estados Unidos:

• Tradicional aliado de Israel, fornece armas, financiamento e apoio diplomático;
• Interceptou mísseis iranianos para defender Israel;
• Pressionado por parte da sociedade americana e do Partido Democrata a conter os excessos de Israel, mas evita confrontar seu aliado diretamente.

Rússia:

• Aliada estratégica do Irã e crítica das ações israelenses;
• Condena os ataques a Gaza e busca ampliar sua influência em países árabes;
• Utiliza o conflito para desafiar o bloco ocidental e manter o foco longe da guerra na Ucrânia.

🔍 O que está por trás de tudo isso?

Além das razões imediatas, os conflitos refletem:

• A disputa histórica entre xiitas (Irã) e sunitas/moderados (Israel, Arábia Saudita, Egito);
• O impasse sobre a Palestina, que continua sem solução há mais de 70 anos;
• O medo de um Irã nuclear, considerado uma ameaça existencial por Israel;
• A corrida por influência em um novo cenário global multipolar, com EUA, Rússia e China disputando espaço.

⚠️ E agora?

O futuro é incerto. Analistas alertam para a possibilidade de uma guerra regional envolvendo o Líbano, Síria, Iêmen e Iraque. Um erro de cálculo pode arrastar o mundo para um conflito ainda maior. Enquanto isso, civis continuam a morrer todos os dias em Gaza, Teerã, Tel Aviv e em campos de refugiados esquecidos pela diplomacia internacional.

O mundo assiste. Mas por quanto tempo vai conseguir apenas assistir?